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Como Alfredo Lang fez a cooperativa C.Vale se tornar bilionária

As Raízes da Cooperativa

A trajetória da C.Vale tem início em Palotina, no oeste do Paraná, na década de 1960. Naquele período, a cidade ainda era marcada por estradas precárias, falta de energia elétrica e baixa infraestrutura. O escoamento da produção agrícola era um desafio constante. Os agricultores da região produziam, mas sofriam com a ausência de armazéns e dependiam de atravessadores para vender. Essa dependência reduzia os ganhos e limitava o desenvolvimento local.

Em 1963, 24 produtores rurais se uniram para enfrentar essa realidade. Nasceu então a Campal (Cooperativa Agrícola Mista de Palotina). O objetivo inicial era claro: oferecer espaço de armazenamento, garantir acesso a insumos e criar condições mais justas de comercialização. A cooperativa cresceu e, em 1973, passou por uma reestruturação, transformando-se em Cotrefal (Cooperativa Agrícola Mista de Produtores de Palotina). Essa mudança representou um passo importante para ampliar a capacidade de atendimento e fortalecer a organização.

A Ascensão de um Líder

Na década de 1970, um jovem, Alfredo Lang, começou a se destacar dentro da cooperativa. Sua proximidade com os associados, sua postura inovadora e sua visão estratégica fizeram dele uma liderança natural. Em 1977, ele assumiu pela primeira vez a presidência da Cotrefal. O desafio era enorme: modernizar a estrutura da cooperativa, enfrentar as constantes oscilações do mercado agrícola e preparar o grupo para o futuro.

Modernização e Expansão da Cooperativa

Os Desafios Superados

A trajetória de Lang na presidência foi marcada por grandes obstáculos. O Brasil enfrentava crises econômicas, mudanças políticas e oscilações nos preços das commodities. Muitos acreditavam que uma cooperativa regional não teria condições de resistir. No entanto, Lang adotou uma postura de resiliência. Investiu em profissionalização da gestão, na melhoria dos serviços oferecidos aos cooperados e no fortalecimento da base produtiva. Esse esforço preparou a cooperativa para um novo salto.

A Virada Estratégica

Na década de 1990, a cooperativa viveu um de seus maiores marcos. Foi elaborado o Plano de Modernização da Coopervale, que contou com a escuta de milhares de associados. Esse movimento trouxe clareza sobre o futuro: era preciso diversificar, industrializar e agregar valor aos produtos primários. Em 1995, Alfredo Lang voltou à presidência com a missão de executar esse plano. Ele colocou em prática ações de modernização que incluíam a expansão para novas áreas, o fortalecimento da governança e a criação de indústrias próprias.

Nesse momento, a cooperativa deu início ao processo que mudaria para sempre sua história: a transformação da Cotrefal em C.Vale. A nova marca refletia um projeto mais ousado, que unia identidade regional à visão de futuro. A mudança de nome simbolizou a virada para um modelo de cooperativa agroindustrial de abrangência nacional e internacional.

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O Surgimento da C.Vale

A adoção do nome C.Vale marcou um novo capítulo. Mais do que uma simples troca de identidade, representou a consolidação de uma visão estratégica. Com a nova marca, a cooperativa assumiu o compromisso de competir em escala maior, investir em industrialização e oferecer soluções completas para seus associados. Passou a atuar em diversos segmentos, como produção de grãos, aves, suínos, leite, mandioca e peixes.

A industrialização de carnes de frango e filés de tilápia trouxe inovação e abriu novos mercados. Essa diversificação tornou a C.Vale menos vulnerável às oscilações de preços e garantiu maior estabilidade para os produtores.

A C.Vale Hoje

Com sede em Palotina, a C.Vale está presente em cinco estados brasileiros e no Paraguai. Sua atuação abrange desde a produção e comercialização de grãos até o processamento de proteínas animais. Em 2024, os números impressionam: o faturamento alcançou R$ 21,98 bilhões, os associados já somam 28.254 e a cooperativa emprega 15.018 funcionários. Na produção, a C.Vale processou 389 mil toneladas de frangos, 47,6 mil toneladas de peixes, 10,14 milhões de litros de leite, 121,81 mil toneladas de mandioca e 65,49 milhões de quilos de suínos. Além disso, distribuiu R$ 149,8 milhões em sobras aos associados e recolheu R$ 600 milhões em impostos, mostrando seu impacto econômico e social.

Conclusão

A história da C.Vale é a prova de que a liderança faz a diferença no agronegócio. Alfredo Lang soube ouvir, planejar e agir em momentos decisivos. Sua visão transformou uma pequena cooperativa em uma potência internacional. Mais do que resultados financeiros, o legado de Lang está na forma como a C.Vale continua unindo milhares de agricultores em torno de um propósito comum. Essa união mostra que, quando há cooperação, planejamento e liderança consistente, os desafios do agro se tornam oportunidades de crescimento.

O futuro da C.Vale segue baseado nesses pilares. A força coletiva, a inovação constante e a liderança comprometida com as pessoas continuam sendo os motores que sustentam seu sucesso.

Escrito por: Equipe Cumbre.

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