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Como José Lopes aproveitou a oportunidade do etanol de milho e fundou a Inpasa

Origem e primeiros passos no agronegócio

José Odvar Lopes nasceu em 10 de dezembro de 1955, na cidade de Presidente Bernardes, interior de São Paulo. Criado em uma família que valorizava o respeito e a ética no trabalho, ele construiu sua trajetória sobre esses pilares. Em 1975, iniciou sua vida profissional em uma indústria de beneficiamento de arroz no Noroeste do Paraná, onde aprendeu na prática sobre gestão e resiliência. Poucos anos depois, em 1980, decidiu se mudar para o Paraguai em busca de novas oportunidades. Lá, começou a atuar com milho e soja, ingressando no mercado de commodities e expandindo seus negócios também para a pecuária, em regimes extensivos e de confinamento.

O desafio de empreender em um novo país

A chegada ao Paraguai não foi fácil. O país, na época, enfrentava infraestrutura precária, pouca tecnologia no campo e um mercado cético quanto ao potencial do milho para além da ração animal. Apesar disso, José Lopes enxergou o que poucos viam: o milho poderia ser a base de uma transformação industrial. Com perseverança e visão, ele construiu uma estrutura sólida, apostando em processos integrados e no fortalecimento da cadeia produtiva local. Essa visão estratégica seria essencial anos depois, quando o mundo começava a debater com força os impactos ambientais e a busca por fontes alternativas de energia.

A fundação da Inpasa e a virada no mercado energético

Em 2006, na cidade de Nova Esperança, no Paraguai, nasceu a Inpasa — a primeira empresa de grande escala na América Latina a produzir etanol de milho, DDGS e óleo de milho. O contexto global favorecia a inovação: discussões sobre emissões de carbono ganhavam força e os Estados Unidos já multiplicavam sua produção de etanol de milho. Lopes viu a oportunidade de trazer esse modelo para a região, unindo eficiência produtiva e sustentabilidade. Desde o início, a Inpasa foi construída com foco na verticalização e no aproveitamento total do grão, garantindo menor desperdício e geração de valor em diferentes etapas da cadeia.

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Crescimento e expansão internacional

O crescimento foi rápido. A partir de 2009, a Inpasa atingia recordes sucessivos, com produção mensal de até 5 milhões de litros de etanol. A empresa ampliou suas unidades no Paraguai e, posteriormente, expandiu suas operações para o Brasil. Hoje, possui plantas industriais em Sinop e Nova Mutum (MT), Dourados (MS) e Balsas (MA), consolidando uma presença estratégica nas principais regiões produtoras de milho. A expansão representou não apenas avanço logístico, mas também a consolidação de um modelo de negócio capaz de transformar um grão em um ecossistema de produtos e energia limpa.

A consolidação como líder latino-americana

Entre 2019 e 2024, o faturamento da Inpasa saltou de R$ 376 milhões para R$ 14,9 bilhões, com projeção de alcançar R$ 24 bilhões em 2025. Atualmente, a companhia responde por cerca de 10% do mercado de etanol no Brasil, sendo reconhecida como a maior produtora de etanol de milho da América Latina. Além do etanol, a empresa também se destaca pela produção de DDGS e óleo de milho, insumos de alto valor agregado que fortalecem toda a cadeia do agronegócio. Essa escalada reflete a combinação entre visão empreendedora e capacidade operacional, pilares que definem a cultura da organização desde sua fundação.

O estilo de liderança de José Lopes

Reservado e de perfil discreto, José Lopes é conhecido por liderar com humildade e confiança. Segundo seu vice-presidente comercial, Gustavo Mariano, ele é um líder estratégico, que prefere ouvir antes de agir e sempre pensa no longo prazo. Sua abordagem combina simplicidade com clareza de propósito, inspirando equipes e parceiros a manterem o foco na inovação e na eficiência. Essa postura tem sido determinante para o crescimento sustentável da Inpasa, que hoje é referência em integração produtiva, geração de energia limpa e uso inteligente dos recursos naturais.

Conclusão

A trajetória de José Odvar Lopes é um exemplo de como visão, resiliência e disciplina podem transformar setores inteiros. De uma pequena indústria de arroz no Paraná ao comando de um império energético, sua história mostra que a verdadeira liderança está em enxergar oportunidades onde outros veem limitações. Ao unir tecnologia, verticalização e sustentabilidade, ele criou um modelo que redefine o papel do milho no agronegócio global. Mais do que resultados financeiros, o legado de Lopes está em provar que é possível construir uma empresa inovadora e, ao mesmo tempo, sustentável — um marco que inspira toda a nova geração de líderes do agro.

Escrito por: Equipe Cumbre.

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