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Como o argentino Gerardo Bartolomé e a GDM mudaram o rumo da agricultura no mundo

Uma mente inquieta e apaixonada pelo campo

Gerardo Bartolomé nasceu em Buenos Aires, em 1956, filho de uma dona de casa e de um especialista em comércio exterior. Desde jovem, demonstrou paixão pelo campo e pela ciência. Em 1980, formou-se engenheiro agrônomo pela Universidade de Buenos Aires e, apenas dois anos depois, deu início a uma jornada que mudaria para sempre a agricultura mundial. Com apenas 26 anos, reuniu quatro amigos e fundou a Asociados Don Mario, na cidade de Chacabuco. O objetivo era ousado: desenvolver sementes de soja adaptadas à realidade argentina, em uma época em que o país dependia de variedades importadas dos Estados Unidos, pouco adequadas aos seus solos e climas.

O nascimento da GDM e a semente da inovação

O início foi modesto, mas movido por uma visão clara. Gerardo acreditava que a genética certa poderia transformar não apenas uma lavoura, mas também um país. Assim, o grupo começou a importar variedades do Grupo IV de maturação, mais produtivas e resistentes. Em 1988, registraram sua primeira variedade, e nos anos 1990 começaram seus próprios testes genéticos. A aposta na pesquisa deu certo. A Don Mario cresceu rapidamente e consolidou-se como GDM (Grupo Don Mario), um conglomerado presente em 15 países e referência em genética vegetal.

Expansão internacional e consolidação global

Com base científica sólida e visão estratégica, a GDM expandiu-se pela América do Sul nos anos 2000, chegando ao Uruguai, Paraguai e, em 2003, ao Brasil. Foi nesse momento que a empresa revolucionou o cultivo de soja no país, introduzindo grupos de maturidade curta, que permitiram o surgimento da safrinha de milho — uma das maiores revoluções agronômicas da agricultura brasileira. A partir de 2007, a GDM também se estabeleceu nos Estados Unidos, levando sua genética a novos patamares. Hoje, a empresa realiza testes em mais de 1,8 milhão de parcelas por ano em 15 países, com 26 centros de pesquisa e o maior banco genético de soja do mundo.

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A sucessão e o legado familiar

Em 2021, após quase quatro décadas à frente da empresa, Gerardo passou a liderança ao filho Ignacio Bartolomé, que uniu a juventude à experiência adquirida em multinacionais do agronegócio. Ignacio manteve a essência do pai — a ética, a inovação e o foco no conhecimento — e ampliou a atuação global. Sob sua gestão, a GDM fortaleceu investimentos em biotecnologia, edição gênica e melhoramento molecular, mantendo a tradição familiar de transformar ciência em produtividade sustentável.

A nova fronteira: o milho e os biocombustíveis

Após dominar a genética da soja, a GDM partiu para um novo desafio: o milho. Em 2024, adquiriu a KWS América do Sul, especializada em milho e sorgo, rebatizando-a como Supra Sementes. O objetivo, segundo Ignacio, é “fazer com o milho o mesmo que fizemos com a soja”. A companhia já produz sementes não transgênicas com alto rendimento, desenvolvidas por meio de edição gênica de precisão, sem inserção de DNA externo. Esse avanço também fortalece a produção de etanol de milho, um mercado em franca expansão no Brasil, que já representa quase 20% do etanol nacional.

Estrutura atual e presença mundial

Atualmente, a GDM é uma potência global, com mais de 3.400 colaboradores, sendo 64% dedicados à pesquisa e desenvolvimento. Seu banco genético é o mais diversificado do mundo, e 45% da soja produzida globalmente tem origem em sua genética. A empresa investe 15% do faturamento anual em P&D, o que reforça seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade. O grupo atua fortemente na soja, trigo e milho, utilizando biotecnologia, robótica e ciência de dados para aumentar a produtividade e a eficiência agronômica.

Conclusão

Gerardo Bartolomé é reconhecido como um líder de valores sólidos, humildade e visão. Sua trajetória mostra que a inovação nasce da curiosidade e da coragem de questionar o óbvio. Com a GDM, ele provou que a ciência pode ser o motor de transformação de um país e de um setor inteiro. Hoje, sua semente germina em todos os continentes, alimentando o mundo com tecnologia e propósito. Seu legado vai além da genética: é uma lição sobre como unir visão, pesquisa e humanidade para semear o futuro da agricultura global.

Escrito por: Equipe Cumbre.

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