“Será que eu, que já estou estabelecido no mercado, com relacionamentos construídos e algumas safras “nas costas” realmente preciso disso?”
Na minha visão essa é uma pergunta que está dando volta na cabeça de muita gente que trabalha no agronegócio. A ideia desse artigo é trazer algumas reflexões para que você, profissional do agro, possa respondê-la diante sua realidade.
Quando falamos de “letramento digital” estamos tratando da capacidade de entender, mas principalmente, de utilizar novas tecnologias no contexto agrícola.
Para exemplificar, trago abaixo alguns exemplos dessas tecnologias usadas somente “dentro da porteira”.
Agricultura de Precisão:
A agricultura de precisão utiliza tecnologias como GPS, drones e sensores para coletar dados em tempo real sobre a lavoura e todas as variáveis que podem impactá-la.
Com esses dados, os agricultores e agrônomos, podem tomar decisões técnicas mais acertadas sobre a quantidade de água, fertilização, proteção de cultivos e outros aspectos técnicos maximizando a eficiência e reduzindo o desperdício.
Internet das Coisas (IoT):
A produção de chips e sensores é cada vez mais difundida e barata, essa condição habilita o uso em larga escala seja acoplado em máquinas agrícolas ou até mesmo em animais fornecendo dados em tempo real para monitoramento constante e detecção e correção precoce de eventuais problemas.
Análise de Dados:
A coleta massiva e consistente de dados permite modelos estatísticos, com alto grau de precisão, habilitando a identificação de tendências, a melhor previsão de safra e a possibilidade de otimização de recursos.
Robótica:
Cada vez mais presentes nas fazendas experimentais, em breve, robôs poderão realizar tarefas repetitivas como colheita ou plantio com mais eficiência e com pouquíssima interrupção de jornadas de trabalho aumentando drasticamente a produtividade com redução exponencial de custos com mão de obra.
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Vamos ficar somente nesses quatro exemplos e espero que tenham sido suficientes para ilustrar algumas mudanças que podem, e estão acontecendo, no dia a dia da atividade agrícola.
Agora, gostaria de pedir sua reflexão para as 3 perguntas abaixo
1- É possível, rodarmos uma safra sem nenhuma dessas tecnologias?
Claramente a resposta é sim, a humanidade está fazendo agricultura a séculos sem nenhum sensor, robô ou análise de dados.
2- Em um passado recente, outras tecnologias foram adotadas no agro na busca de produtividade e eficiência?
Olhando para o histórico do agronegócio, temos uma coleção imensa de soluções que nos permite afirmar que sim. O conhecimento agronômico desenvolvido nas universidades, aplicações preventivas de defensivos e mecanização da produção são exemplos de tecnologias passadas que possibilitaram ganhos em produtividade e eficiência.
3- Se desde a década de 70, tínhamos a opção de fazer agricultura como nossos ancestrais faziam, mas continuadamente adotamos avanços tecnológicos como plantio direto e mecanização. Qual o motivo lógico para não adotarmos as tecnologias do agora?
Caro(a) amigo(a), se você não conseguiu, rapidamente, encontrar um motivo para o Agronegócio não adotar as novas tecnologias o “letramento digital” é fator fundamental para sua manutenção e diferenciação no mercado.
Conclusão:
O uso de tecnologia digital no campo é a nova fronteira no aumento de produtividade, na construção de sustentabilidade e no enfrentamento de desafios globais. No entanto, superar crença do, “não sei não, acho que não preciso desse negócio aí”, é fundamental para colher os benefícios dessa transformação.