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A importância da presença do engenheiro agrônomo nos campos agrícolas do Brasil

A importância da presença do engenheiro agrônomo nos campos agrícolas do Brasil

A importância do engenheiro agrônomo nos campos 

É notório que o engenheiro agrônomo tem se tornado cada vez mais essencial nos campos do Brasil. Na busca por uma agricultura mais eficiente, rentável e sustentável, o conhecimento técnico, a experiência e, principalmente, a presença constante no campo tornaram-se fatores críticos para o sucesso. Não é à toa que cada vez mais vemos engenheiros agrônomos se destacando no agronegócio brasileiro, muitos deles com carteiras de clientes que ultrapassam 100 mil hectares.

Como dizia o grande mestre Dirceu Gassen: “Passou a fase da agricultura de produtos para a fase da agricultura de conhecimento.”

Bem como esse conhecimento só se materializa com a presença constante de um “consultor”, que cumpre sua agenda fielmente conforme o planejamento e entende perfeitamente a relação com as plantas.

Entendendo os desafios e enxergando novas possibilidades para o engenheiro agrônomo

Infelizmente, muitos agrônomos ainda preferem permanecer na zona de conforto: Seja na sombra de um galpão jogando conversa fora, ou no escritório do agricultor com ar condicionado, e preenchendo planilhas. Contudo, realizar visitas regulares para conquistar cada vez mais a confiança do agricultor é o que define o futuro de um agrônomo de sucesso. Aqueles que optam por se acomodar acabarão se tornando dispensáveis e precisarão buscar espaço em outros mercados.

Além disso, com a constante evolução da tecnologia, que está cada vez mais presente no campo, nos obriga a nos comprometer verdadeiramente com nossos agricultores. Caso contrário, estaremos apenas reclamando das dificuldades do mercado, da volatilidade dos preços e da concorrência que reduz valores.

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A importância da presença do consultor e como a tecnologia auxilia no campo

Atualmente, com o espaçamento de plantio da soja de 50 cm e 10 a 15 sementes por metro linear, e sabendo que as folhas são o pulmão da planta, é essencial que elas não sofram danos por pragas e doenças. Danos que afetem cerca de 30% da área foliar, em comparação com o passado, impactam diretamente a fábrica de energia da planta, que são os solúveis. Ou seja, com menos solúveis, o enchimento dos grãos é prejudicado, resultando em perda de produtividade e, consequentemente, em menor rentabilidade.

Além disso, sabemos que as pragas atacam com mais intensidade pela manhã. O percevejo, por exemplo, inicia seu ataque na parte superior da planta assim que o sol aparece. Quando o sol esquenta, ele desce para o baixeiro, onde continua o ataque, nesse baixeiro, encontramos a ninfa do percevejo que devido à sua baixa mobilidade fica mais fácil de visualizar. De cima da caminhonete é impossível ver essa particularidade da praga.

A importância da presença do engenheiro agrônomo nos campos agrícolas do Brasil

Como a tecnologia pode auxiliar na identificação de pragas?

Com isso, o grão de soja é rico em cálcio, esse mineral acelera o desenvolvimento do aparelho reprodutor do percevejo, intensificando sua reprodução e aumentando a população. Por isso, os pontos de amostragem devem obrigatoriamente incluir as áreas de beira de mato, que são os criadouros dessas pragas.

Da mesa forma com as lagartas, o comportamento é semelhante. Pela manhã, elas se alimentam intensamente na parte superior da planta. Quando o sol esquenta, seu apetite diminui ou elas se alimentam muito pouco, de forma semelhante ao comportamento dos leões no mundo selvagem: eles acordam cedo para caçar, se alimentam, e dormem a maior parte da tarde, voltando a caçar no final do dia ou na manhã seguinte. As baixadas são as áreas preferidas das lagartas, mas elas estão presentes em todos os locais.

Por isso, a ferrugem, que já foi o fungo de maior importância econômica, perdeu relevância em muitas áreas, mas existem três fatores que ampliam seu potencial de infecção: talhões com maior altitude, molhabilidade mínima de 8 horas e temperatura ambiente entre 18 e 28 graus. Estes são os pontos preferidos da ferrugem e de grande importância, mas para isso é essencial identificar os talhões de altitude, de baixada e de beira de mato para avaliar a presença de sintomas ou utilizar ferramentas digitais que através de inteligência artificial te ajuda a tomar a melhor decisão.

A importância da presença do engenheiro agrônomo nos campos agrícolas do Brasil

Bem como Francisco Negrini, que coescreve este artigo e contribuiu com as questões técnicas, viveu uma situação dessas em 2003, quando a ferrugem apareceu na Bahia, na região de Luiz Eduardo Magalhães, a cerca de 900 metros de altitude, causando uma grande catástrofe para os agricultores daquela região. Tenho certeza de que essa experiência foi o maior aprendizado da vida dele.

Habilidades técnicas essenciais para os engenheiros agrônomos

Dito isso, na época, eu era gerente de algodão, sem as habilidades técnicas de um agrônomo conhecedor de campo, mas com a capacidade de reunir grandes profissionais como Luiz Kasuya, José Cláudio de Oliveira, Celito Breda, entre outros. Juntos, começamos a enxergar o cultivo do algodão como a forma mais rápida de recuperação para os agricultores daquela crise.

Assim como os agricultores carregam consigo a utopia da esperança, nós, como engenheiros agrônomos, devemos compartilhar desse mesmo espírito.

Além disso, novos fungos têm ganhado importância, como a Mancha-alvo, Cercospora e Antracnose, cujo controle eficiente ainda ocorre na soja em estágio inicial, e para conhecer isso é fundamental a nossa presença percorrendo os campos e estando nos momentos certos do dia para fazer as observações. 

Do mesmo modo de que os médicos e dentistas, nós, agrônomos, precisamos utilizar uma variedade de ferramentas, desde as mais simples, como a botina, o pano de batida e a trena, até as mais sofisticadas, como a inteligência artificial, o uso de sensores e imagens de satélite.

Ferramentas importantes para a aumentar a produtividade e qualidade de atendimento no campo

Do mesmo modo de que os médicos e dentistas, nós, agrônomos, precisamos utilizar uma variedade de ferramentas, desde as mais simples, como a botina, o pano de batida e a trena, até as mais sofisticadas, como a inteligência artificial, o uso de sensores e imagens de satélite.

De modo que me lembro de quando me formei, eu invejava os médicos e dentistas, pois dispunham de exames, raios X, ressonâncias, entre outros, enquanto nós contávamos apenas com o conhecimento adquirido e o instinto. Hoje, porém, temos um arsenal de ferramentas digitais que nos ajudam a ser muito mais assertivos e a tomar melhores decisões nas quatro fases do ciclo de cultivo: preparar o solo da melhor forma, plantar no momento certo, cuidar das plantas da melhor maneira possível e colher na hora certa e sem perdas.

Portanto, o conceito de um engenheiro agrônomo moderno requer a integração do analógico com o digital. Isso inclui estar cedo na lavoura, realizando amostragens nas áreas demarcadas até a interpretação de mapas de solo, clima e mercado.

A importância da presença do engenheiro agrônomo nos campos agrícolas do Brasil

Conclusão:

Agindo dessa forma, mantemos o histórico da área sempre atualizado com informações recentes. Esse é o nosso papel como engenheiros agrônomos, atuando como verdadeiros consultores. Não é à toa que, na Ciarama Máquinas, denominamos nossos profissionais de campo como Consultores Estratégicos de Negócios.

Em suma, aqueles que não perceberem que a biruta mudou de posição, devido à mudança do vento, correm o risco de falhar na hora de fazer uma aterrissagem perfeita e sem danos.

Escrito por: Renato Seraphim e Francisco Negrini

Renato Seraphim é CEO da Ciamara maior revenda da John Deere do estado do MS. Já foi CMO da UPL no Brasil, CEO da Agro-100, CEO da Albaugh, Diretor de Novos Negócios na Syngenta. Possui mais de 27 anos de experiência no agronegócio. 

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