Aproximadamente 3 meses atrás, publiquei um post no LinkedIn falando sobre o uso de dados no Agro, mas agora, gostaria de tratar desse tema com um espectro mais amplo.
Desde a revolução digital, a oportunidade de coleta e uso de dados para tomada de decisões vem aumentando exponencialmente.
Chegamos ao estágio de termos empresas que baseiam seu modelo de negócio na obtenção, organização e utilização de dados nas mais diversas áreas, transformando esse tema em um negócio per se e extrapolando o status de uma disciplina de gestão.
Durante minha jornada profissional, pude observar 3 grandes áreas de uso de dados para a tomada de decisão:
1- Gestão
Não é de hoje que convivemos com termos como Balanced Scorecard, gestão a vista, indicadores, KPI´s e etc. Esta, na minha visão, é a forma mais elementar de uso de dados, porém uma das mais essenciais em qualquer organização (independente do mercado que atua ou porte). Construir a oportunidade de acompanhar as transações, resultados financeiros, mercados, satisfação de clientes, performance de campanhas e outros pontos inerentes a operação é condição básica de uma boa gestão. É, a partir desses indicadores, que ações táticas devem ser tomadas, que rotas devem ser reavaliadas e que opções de ajustes na operação devem ser implementadas.
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2- Potencializar negócios e trazer escala
Dados nos permitem ser mais assertivos… Quantas vezes já ouvimos essa antiga frase: “Oferecer o produto certo, ao cliente certo, no momento certo”. Como saber quem é o cliente certo sem segmentação de cliente? Como saber o produto certo sem que as necessidades dos clientes estejam mapeadas? Como entender o momento certo sem a análise de efetividade dos seus canais de comunicação? Esse é um processo de aprendizado contínuo, a cada campanha, a cada venda, a cada interação com o cliente temos que ser capazes de aumentar nosso conhecimento sobre esse cliente e oferecer uma próxima experiência mais relevante. Aquela tradicional seção nos marketplaces que diz: “Clientes que compraram esse produto também compraram esses outros…” é exemplo claro do uso de dados para potencializar negócios.
3- Inovar
Um termo que está na moda, principalmente em empresas com alta utilização de tecnologia é a tal da “cultura de dados”. Notem que esse termo eleva o uso de dados ao patamar de componente cultural da organização. Nesse nível, o conceito de uso de dados como competência tática ou técnica é completamente abandonado. A partir do momento da internalização dessa cultura, decisões não são mais tomadas de forma empírica. Um exemplo clássico são empresas de soluções digitais que só implementam novas funcionalidades nos seus produtos caso os MVP´s demostrarem, por dados, aceitação do público. Esse conceito pode ser extrapolado para empresas de inovação clássica, aplicando testes de mercados em ambientes mais controlados.
Estou certo que o trabalho com dados é um processo evolutivo e sem caminho de retorno.
Nestas 3 grandes áreas mostradas, podemos iniciar com pequenas análises e evoluir o modelo a partir da maturidade das análises passadas.
Caso opte por esse caminho, recomendo acompanhar o índice de efetividade de qualquer empresa à medida que a competência de análise de dados se robustece na organização. Como você terá muitos dados, os resultados positivos não deverão ser nenhuma surpresa.
Escrito por: Ivan Moreno
Ivan é CEO da Orbia, um dos maiores marketplaces do agronegócio, possui mais de 25 anos de experiência no setor, formação em TI e professor associado da Cumbre.