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Por que ainda não usamos de forma efetiva os dados gerados em cada operação agrícola?

porque ainda não usamos de forma efetiva os dados gerados em cada operação agrícola?

Muito tem se falado sobre o uso de dados para conseguirmos produzir ainda mais e melhor, atuando de forma específica e tendo os “olhos digitais” produzidos por ferramentas digitais como um grande aliado para ver o que os “olhos humanos” não conseguem ver.  Mas porque ainda estamos no início desta jornada apesar da facilidade ao acesso a estas ferramentas?

Posso aqui listar pontos que acredito que ainda travam esta progressão:

Falta de conexão, conectividade, internet de boa qualidade em toda a área

De fato, ainda pode ser um dos fatores que conceitualmente podem trazer desafios quando a decisão precisa ser tomada de forma imediata podendo causar grandes perdas neste casos. Porém nem todas as decisões precisam desta imediatez.

Vamos lembrar de onde viemos, de uma agricultura que se media só na colheita, usando balanças de sapata, para a agricultura atual e capaz de armazenar dados durante as operações e passivel de atualização em áreas com cobertura de internet, ou seja saímos de uma decisão de 120 dias para de um dia usando o exemplo da cultura da soja.  Claro que com a internet em toda a área a decisão é real time. Este processo de ampliação de conectividade teve um grande avanço em 2023 com a ampliação por exemplo de torres de conexão na casa de 60 % ou até mais.

Pessoas Capacitadas

Precisamos de pessoas que possuam letramento sobre este novo assunto chamado tecnologia, sobre configurações, drives e monitores. Estamos aqui na frente de uma nova linguagem ainda sendo descoberta ou introduzida na maioria das propriedades do Brasil. Este processo, não é fácil, requer tempo e metodologia adequada, pois estamos falando de capacitação de adultos e com níveis de escolaridade muito diferentes entre si. Requer do proprietário ou gerente de fazenda, um plano que envolve adequações, incentivos e claro investimentos.

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Máquinas ou equipamentos adaptados

Produzir estas informações na quantidade e principalmente na qualidade que se faz necessário para poder ser utilizada e poder responder as perguntas que de fato vão ajudar na evolução da produção e da rentabilidade. O parque de máquinas e equipamentos no Brasil de uma forma geral evolui muito em especial nas regiões de agricultura mais nova, mas que outras regiões ainda necessitam de compatibilizações que muitas vezes trazem um investimento adicional ou ajustes para a correta coleta dos dados. É possível, mas a jornada de compatibilizar, coletar e analisar os dados é mais longa.

Compartilhamento dos dados

Este talvez seja ainda um grande tabu desta nova agricultura baseada em dados, sem compartilhamento de dados em quantidade e qualificáveis, nada acontece, é isso mesmo.

É praticamente impossível se obter ganhos significativos e de alto impacto, se estes dados gerados em cada operação, em cada talhão, em cada dia de cada safra, não forem compartilhados com outras empresas que possuem outras informações e que juntas podem criar uma terceira ou quarta via de produção ou de respostas as perguntas de como se produzir ainda mais.

A grande pergunta que nós devemos fazer é com quem eu vou compartilhar estes dados, quem vão ser meus parceiros no compartilhamento de dados, que me devolvem insights, que trazem novas maneiras e melhores de se fazer as coisas atuais, que me ajudam a serem mais efetivo, mais rentáveis, e claro tenham na sua premissa zero o cuidado total sobre o correto uso e anonimização destes dados. Repito, a grande pergunta que nós devemos fazer não é se eu devo ou não devo compartilhar os dados, e sim com quem eu vou compartilhar os dados.

Enfim, temos diante de nós um grande e novo insumo e que pode ser a chave para este novo ciclo para esta agricultura que nos exige mais e cada vez de maneira mais sustentável.

Conclusão:

Para finalizar, algumas dicas que tenho visto e que se repetem naqueles agricultores que já estão mais avançados nesta jornada:

1- Não terceirize este assunto para o mais novo da família, para um terceiro, assuma a responsabilidade, com suporte, busque ajuda.

2- Acredite neste novo insumo, dados de qualidade de cada operação fazem a diferença na decisão para uma nova atividade ou investimento.

3- Invista, é necessário investir, é necessário colocar recursos financeiros e tempo para que aconteça.

4- Compartilhe os dados, reforçando que a grande pergunta não é se devemos ou não compartilhar, e sim com quem.

5- Não tem solução única, no mundo dos dados, digital a orquestração de várias ferramentais é o segredo do sucesso.

Escrito por: Everson Artur Fusinato Zin

Everson é Head Comercial Field View – Bayer, possui mais de 25 anos de experiência no setor, formação em agronomia e convidado da Coluna Cumbre desta semana.

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